O Fariseu e o Publicano
Lucas 18.10-14
O Fariseu e o Publicano
Lucas 18.10-14
Introdução:
- Para quem Jesus conta essa parábola? Para pessoas arrogantes e autossuficientes
- Pessoas que na sua arrogância desprezavam o outro
- Esse tipo de pessoa existia no tempo de Jesus e existe também em nossos dias
- Pessoas a quem falta a humildade
- Pessoas que falam mais alto, pois o argumento é fraco
- Pessoas que em tudo precisam ter a palavra final
- Pessoas que olham com altivez e superioridade
- Minam a vida o outro e em suas atitudes mandam-no calar a boca
- A esse tipo de pessoa Jesus dirige essa parábola, e nela, vemos dois personagens, um fariseu e um publicano.
Contexto:
- Quem é o fariseu?
- É alguém que empurrava a lei oral, rígida e sem amor, a todas as áreas da vida humana
- Queriam o rigor religioso que era esperado dos sacerdotes do templo para todas as pessoas
- Sempre foram advertidos por Jesus, inclusive chamados de hipócritas, por atarem fardos pesados sobre o povo que nem eles carregavam
- Eram orgulhosos e altivos, andavam em meio a população rural se vangloriando de sua moralidade e de seus feitos.
- Quem é o publicano?
- Era um cobrador de impostos, um judeu a serviço do império romano e por isso odiado pela população em geral
- Estima-se que a mordida dos impostos romanos chegava a 60% da renda anual dos judeus
- Através dos publicanos, Roma cobrava impostos sobre tudo, pessoas, casas, animais, vendas, importação, exportação, pedágios e por aí vai
- Os publicanos eram tratados pelos fariseus e pelos rabinos como traidores e colocados em pé de igualdade com os ladrões.
- Nessa parábola, esse publicano, é alguém consciente de seus erros e de sua condição
Desenvolvimento:
- Jesus diz que esses dois subiram ao templo para orar, eles se dirigiam, ambos, ao local de culto – Aqui percebemos que no templo, no local de culto e celebração, na igreja, existem esses dois tipos de pessoas.
- Por um lado isso nos traz uma indignação, nos colocamos do lado do publicano, ao lado dos humildes, e pensamos “como é possível existir esse tipo de pessoa dentro da igreja?”. E, eu confesso que por vezes faço esse tipo de leitura e emito esse tipo de julgamento, sim… Olho para igreja e penso… Como pode esse tipo de pessoa e esse tipo de atitude entre chamados cristãos?!
- Por outro lado, é nas proximidades de Jesus e na presença de Jesus que se escuta esse tipo de mensagem, esse tipo de advertência, que pode levar o orgulhoso, o arrogante ao arrependimento, noutro lugar esse tipo de conteúdo não é contundente, as vezes nem compartilhado.
- Em sua oração o fariseu olha para o lado, e talvez por saber que suas palavras eram uma grande tolice, orava em seu íntimo, se julgando melhor e menosprezando o outro
- Classificando os demais em categorias menores.
- Do alto de sua moralidade ele agradece pelo que ele não é, ou pelo menos, acredita não ser: ladrão, corrupto, adúltero, e nem mesmo um publicano.
- Agradece também pelo que ele faz: jejuo e dou o dízimo…
- Percebemos uma ênfase muito grande na “pseudo-perfeição” e no verniz religioso de se fazer melhor aos olhos dos outros.
- Um foco na performance e no exibicionismo.
- Já, em sua oração o publicano ao invés de olhar para o lado olha para si mesmo, para dentro de si.
- E por saber que suas palavras são sinceramente verdadeiras e não uma tolice ele bate no peito, um sinal de contrição e de luto, e diz, ele verbaliza, ele fala!
- Ele reconhece a Deus
- Clama por misericórdia
- E dá adjetivos a si mesmo e não ao outro. Sou pecador!
- Percebemos uma ênfase na sinceridade, fruto de um olhar genuíno sobre sua própria vida. Uma oração a partir de suas mazelas e não a partir da vida do outro.
Conclusão:
- O próprio Jesus conclui essa mensagem ao dizer que este homem e não aquele retorna para o seu dia a dia, para sua rotina, para o seu lar, justificado
- Somente Deus pode justificar, pelo seu amor e sua graça – as obras do fariseu não o justificaram!
- Isso nos mostra que do templo, do local de culto e celebração, da igreja, voltam dois tipos de pessoas pra casa
- Uma que esteve lá como participante, como espectador, como um exibicionista
- E outra que derramou sua vida na presença Jesus Cristo em sinceridade e contrição
- A conclusão de Jesus provavelmente deixou os ouvintes escandalizados, orar como o fariseu orou era algo comum, mas Jesus inverte a ordem natural ao frisar a atitude do publicano e dizer que ele foi justificado.
Aplicação:
- Às vezes eu olho para esse ambiente evangélico brasileiro e me sinto um dinossauro, por tanta coisa que já vi e vivi e posso dizer que estou plenamente convencido
- De que o que Deus espera de nós em uma relação de culto, de oração, de adoração e de entrega é Sinceridade e não Performance ou exibicionismo
- Podemos bater no peito e verbalizar diante de Deus quem somos, sem a necessidade de olhar para o lado e nos medir pela vida do outro, podemos olhar para nós mesmos!