A graça que não foi de graça
Filipenses 2.1-8
A graça que não foi de graça
Filipenses 2.1-8
Introdução:
- Qual a relevância da mensagem da graça para os dias atuais? Colocado em prática? Viver? Valorizar?
- Estive pensando sobre a relevância… Vivemos a busca pela perfeição, trabalho, social, estética, igreja…
- .. Um olhar sincero para nós mesmos perceberemos que não somos perfeitos! Quem nos acolherá?
- Eis a importância da mensagem da graça… Pode ser traduzida como Deus nos dizendo assim:
- “Eu te aceito, mesmo com as suas imperfeições, mesmo com as suas falhas, mesmo com erros e pecados. Meu negócio não é com perfeitos, pois os sãos não precisam de um médico, eu quero você, o imperfeito!”
Argumentação:
- Trazendo isso bem para os nossos dias, quero ler o trecho de uma música de sucesso… (Isaias Saad – Ousado Amor)
- Essa letra nos fala da mensagem da graça, como diria um amigo é “graça pura, sem mistura”
- Eu gostaria de fazer algumas provocações com o intuito de instigar nossa percepção:
- Até que ponto nós acreditamos nisso de verdade? Até que ponto nós acreditamos que a mensagem do evangelho não é para perfeitos? Até que ponto nós acreditamos em um Deus que manifesta o desejo de ir em busca da ovelha que se perdeu?
- Como dizendo assim: “Vocês estão bem aqui, fiquem aqui, eu vou ali atrás de quem se desgarrou, de quem não está no Caminho, de quem está perdido, lutando contra os vícios, lutando contra a pornografia, lutando contra o alcoolismo, lutando contra sua vida de mentiras e desonestidades nos negócios”
- Isso é apenas uma provocação para nos mostrar quão escandalosa é para nós a graça de Deus
- O nosso processo humano, natural, é meritocrático nós responderíamos assim: “Não Senhor! Fica com a gente, nós que merecemos a sua companhia, nós que merecemos a sua presença, somos nós que temos feito um grande esforço para estar aqui, sempre reunidos, nós que deixamos o nosso lar, nós que deixamos de passear num sábado à noite, nós que vamos acordar amanhã cedo e vir para EBD – somos nós que merecemos sua presença e atenção, fica com a gente!”
- Essa fala soa muito parecida com o discurso do filho mais velho na parábola do filho pródigo. Citar Rubem Alves.
Dilema:
- Diante dessa compreensão da graça… Não contabiliza e vai ao encontro dos imperfeitos…
- Temos um Dilema: “Continuaremos a pecar? Continuaremos a pecar para que a graça seja ainda mais abundante em nós?” – um olhar superficial diria isso! Talvez uma criança fizesse essa analogia…
- NÃO! Não porque essa graça que nos alcança e nos mantém em Cristo não foi de graça!
- Ela não pode ser comprada, mas precisa ser valorizada com uma vida dedicada a Jesus, moldada de acordo com a graça de Cristo, uma vida desejosa de se tornar cada vez mais parecida com Cristo.
- Quando não conhecíamos a Cristo, andávamos… Agora, já em Cristo, não há mais prazer, satisfação ou lógica no modo de viver que cultivávamos.
- Ainda que falhas e escorregões aconteçam nessa jornada, permanece o desejo sincero de que Jesus Cristo seja gerado em nós dia após dia, pois queremos, constrangidos pelo amor de Deus agradecer e valorizar a graça que nos alcançou.
Desenvolvimento:
- O trecho bíblico de Filipenses 2.1-8 é muito apropriado para falarmos da graça de Deus, pois ele apresenta o movimento da graça, juntamente com o preço pago por esse movimento gracioso de Deus. Isso mesmo, movimento.
- O movimento da graça é um movimento de aproximação de Deus em nossa direção. Nós como humanos nunca conseguiríamos alcançar Deus
- Deus é eterno, nós não; Deus está na categoria daquilo que é divino, nós na categoria daquilo que é humano; Deus é atemporal, nós somos temporais; Deus santo, santo, santo, e nós pecadores; Deus é amor, nós temos um pouco de amor… Existe uma distância imensa entre nós e Deus
- Estamos em Cristo, pois Ele decidiu caminhar em nossa direção em um movimento chamado graça!
- Nesse movimento de aproximação, Deus se torna semelhante a nós em seu filho Jesus Cristo. Conhece nossas limitações, nossas tentações, nossas incoerências – é uma aproximação real, não teórica.
- O Pai, o Filho e o Espírito pagaram um preço por essa aproximação, a graça não foi de graça! A teologia vai nos dizer que Cristo enfrentou o que se chama de dupla humilhação.
- Cristo não se apegou ao fato ser igual a Deus, assumiu a condição de humano… nasceu da virgem, servo, sofredor, olhavam para ele e não viam formosura em seu rosto
- Eis a primeira humilhação do movimento gracioso de Deus – Jesus se fez humano, o Verbo…
- E não bastando isso, como ovelha muda foi levado ao matadouro, morreu a morte, morte de cruz…
- Eis a segunda humilhação do movimento gracioso de Cristo – Ele morreu, Deus em Jesus deu a sua vida e se permitiu morrer.
- O preço pago por Cristo é o preço da humilhação, a dupla humilhação da encarnação e da morte na cruz do calvário. Falar da dupla exaltação.
Conclusão:
- Essa graça não foi de graça, ela é envolta de significado e valor precioso!
- Nós corremos o risco de baratear a graça de Deus… em seu livro “Discipulado” Bonhoeffer:
- “A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem a cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado”
- É a vida cristã sem o compromisso de carregar a cruz. É a vida cristã vivida de qualquer maneira, não valorizando esse lindo movimento gracioso de Deus em nossa direção.
Aplicação:
- Sendo assim o nosso desejo mais profundo é viver uma vida cristã autentica.
- Uma vida cristã onde nós percebamos, e as pessoas percebam, Cristo sendo gerado em nós. Essa percepção é sensível, as vezes até dói sentir Cristo se dilatando em nós, ocupando cada espaço, cada cantinho, cada greta da nossa vida.
- E desejamos isso, não para alcançarmos algo, mas porque já fomos alcançados pela graça de Cristo e queremos valorizá-la com uma vida dedicada a Ele!